quinta-feira, novembro 30, 2006

Crianças vítimas de violação por «capacetes azuis», diz BBC

Crianças do Haiti e da Libéria afirmam ter sido vítimas de violação ou sujeitas a prostituição por parte de elementos das forças de paz das Nações Unidas, destacados nesses países, segundo uma investigação da BBC hoje divulgada.
As crianças, uma das quais de 11 anos, afirmam ter tido, regularmente, relações sexuais com os «capacetes azuis» em troca de alimentos ou dinheiro, segundo a página digital da estação de televisão britânica.
A secretária-geral-adjunta das Nações Unidas para as operações de paz, Jane Holl Lute, admitiu que o problema dos abusos é verdadeiro e que está disseminado.
«Tivemos problemas provavelmente desde o início das forças de paz, problemas deste tipo, de exploração de população vulnerável», adiantou Jane Holl Lute à BBC.
«A minha suspeita é de que este é um problema, ou um potencial problema, em cada uma das nossas missões», adiantou a responsável.
A investigação da BBC insere-se numa série de programas - «Generation Next» - sobre crianças com menos de 18 anos.
Segundo a BBC, no Haiti, uma menina de rua, com 11 anos, afirmou ter sido vítima de abusos sexuais por parte de «capacetes azuis», junto dos portões do Palácio Presidencial, em Port-au-Prince.
Uma outra criança, de 14 anos, descreveu o seu rapto e violação numa base naval das Nações Unidas, há dois anos.
Apesar de indícios médicos e circunstanciais pormenorizados, a denúncia foi abandonada por alegada falta de provas e o presumível violador foi repatriado.
Na Libéria, uma jovem de 15 anos afirmou ter sido atacada por um oficial da ONU, no passado dia 15 de Novembro.
Em Maio deste ano, uma outra investigação da BBC denunciou a prática de abuso sistemático, na Libéria, que envolve a entrega de alimentos a refugiados adolescentes, em troca de sexo.
A ONU reagiu a estas denúncias aumentando medidas de monitorização, com a nomeação de 500 monitores para o país e a introdução de aulas obrigatórias para todos os «capacetes azuis» sobre a forma como devem comportar-se.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, garantiu uma política de «tolerância zero» relativamente a estes abusos.
Dados da ONU revelam que 316 «capacetes azuis», de todas as missões, foram investigados, tendo alguns sido demitidos ou repatriados.
A organização «Refugees International» referiu à BBC que «a cultura do silêncio» em alguns destacamentos e o receio do castigo não são suficientes para garantir o cumprimento das regras da ONU.
De acordo com as regras da ONU, os «capacetes azuis» não podem ser julgados no país onde estão destacados, competindo ao país de onde são originários condená-los pelos crimes cometidos.
In: Diário Digital / Lusa - 30-11-2006

terça-feira, novembro 07, 2006

Saddam Hussein foi condenado à morte


Como era de esperar, o ex-ditador iraquiano foi condenado. Mas, o tribunal que o julgou e que não dá à opinião pública internacional garantias de imparcialidade, entendeu condená-lo à morte.
Não tenho grandes dúvidas sobre a justiça da sua condenação, mas rejeito a aplicação da pena de morte, por princípio, de quem quer que seja, inclusive de Saddam Hussein.