terça-feira, outubro 02, 2007

Governo pretende reduzir HUC a metade

Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC)
Empresarialização pode "amputar" alguns serviços


Número de camas para metade, redução de pessoal e encerramento de serviços... Estas podem ser as consequências do processo de empresarialização dos HUC.
"Fala-se da redução do número de camas e de pessoal e eventual amputação de serviços. É aquilo que se diz e estamos preocupados que tal facto venha a ser realidade". O assunto – há muito sussurrado nos corredores dos Hospitais da Universidade de Coimbra e um pouco por toda a cidade – foi ontem levado à Assembleia Municipal de Coimbra pelo deputado do CDS/PP Serpa Oliva. O (também) director do Serviço de Ortopedia dos HUC propôs que Reis Marques (o líder da bancada socialista da assembleia municipal e membro do conselho geral dos HUC) tente clarificar, junto do Conselho de Administração do hospital, o que vai acontecer à unidade de saúde, no futuro.
O Conselho de Administração – recorde-se – está a trabalhar no processo que irá levar à mudança do estatuto jurídico da unidade hospitalar para entidade pública empresarial (EPE), em Janeiro de 2008. Porém, ainda ninguém sabe quais vão ser as consequências da passagem do hospital universitário a EPE.
Aos jornalistas, Serpa Oliva disse estar "apreensivo", quer quanto ao número de doentes que vai poder acolher, no seu serviço, quer quanto ao futuro dos utentes, caso venha a concretizar-se a eventual "amputação" de sectores do serviço.
"Com a passagem a EPE, em Janeiro, os HUC vão ter que ser geridos de outra forma. Há serviços de excelência nos HUC, que são únicos no país, e que podem vir ser amputados num sentido mais economicista", adiantou. "É esta a ideia que eu transmito à assembleia [municipal]: que, junto do deputado Reis Marques, se esclareça esta situação". O DIÁRIO AS BEIRAS sabe que, já há alguns meses, se fala na redução das actuais 1.500 camas para um número inferior, da ordem das 800 – ou mesmo 500. Fala-se, igualmente, no eventual encerramento do Bloco de Celas – cujo espaço poderá vir a acolher uma unidade de cuidados continuados privada ou, mesmo, um empreendimento habitacional. Em paralelo, toda a gente adianta a inevitabilidade da redução de pessoal.
No início de Setembro, o DIÁRIO AS BEIRAS tentou contactar o presidente do Conselho de Administração dos HUC. Debalde. Fernando Regateiro não respondeu, mas uma das suas assessoras desmentiu o encerramento do bloco de Celas, dizendo tratar-se de "pura especulação". No entanto, garantiu que o processo de empresarialização do hospital universitário está a ser preparada – foi neste contexto, aliás, que surgiu a visita de ontem do ministro da Saúde.
Entretanto, na próxima semana, Serpa Oliva vai apresentar um projecto para a Unidade de Patologia Séptica Osteoarticular do Serviço de Ortopedia C dos HUC, única do país e que está a celebrar 20 anos de existência.

Patrícia Cruz Almeida
Fonte: Diário As Beiras - 01-10-2007

segunda-feira, outubro 01, 2007

Saúde: Sistema português em 19º lugar em ranking europeu com 29 países

Para estabelecer qual o sistema de saúde mais favorável aos utentes, esta organização analisou vários parâmetros, como as leis dos direitos dos cidadãos, o acesso directo a médicos especialistas ou o direito a uma segunda opinião.
Quanto ao tempo de espera em vários serviços públicos de saúde, Portugal obteve resultado negativo, com sete pontos num máximo de 15 pontos.
Portugal obteve ainda maus resultados na análise à mortalidade por ataque cardíaco, às operações às cataratas e aos cuidados dentários no sistema público.
Com bons resultados surgem os baixos níveis de mortalidade infantil, a vacinação na infância e o sistema de informação de saúde por telefone.
O direito a uma segunda opinião médica, o acesso a medicamentos inovadores e a sobrevivência ao cancro durante mais de cinco anos são indicadores que surgem em Portugal com resultado "intermédio".
O relatório sublinha que o sistema de saúde português "não é tão avançado como o dos vizinhos espanhóis", mas destaca os resultados positivos em relação à mortalidade infantil.
O documento calcula o gasto público anual por pessoa com cuidados de saúde e mostra que por cada espanhol o Governo gasta mais 15 por cento do que no caso português.
O Luxemburgo é o país que despende anualmente mais verba pública na área da saúde, com um valor quase três vezes superior ao português.
A tabela vem expressa em paridade de poder de compra (PPC) - taxa a que é convertida uma moeda em outra moeda, de modo a igualar o poder de compra nas duas moedas, eliminando as diferenças nos níveis de preços dos respectivos países.
Portugal surge com 1813 dólares em paridade de poder de compra, enquanto Espanha gasta 2094 dólares em PPC e o Luxemburgo 5089 dólares PPC.
ARP
Lusa/fim
Fonte: Notícias no Sapo - 1 de Outubro de 2007